3 anos de Mega Vida em Dallas - 8 anos de América



Em 2005 em uma conversa com nosso querido pastor Mark Brand, eu e minha esposa fomos desafiados em iniciar um trabalho Brasileiro parte do ministério da Hillcrest Church em Dallas no Texas. A princípio minha reação foi negativa, já fazia 5 anos que eu estava no país, e sabia bem como era a realidade da igreja Brasileira Imigrante. Conhecia as dores e desafios de vários pastores na América e meu estômago até mesmo embrulhava em pensar que eu teria que pagar este mesmo preço.

Mas foi no último dia de 2005 que eu e minha esposa passamos a virada nas portas da Hillcrest Church orando e pedindo à Deus direção sobre nosso destino nesta igreja e sobre os alvos de 2006. Nestes dias do início de 2006 Deus nos testificou o desejo de iniciar este trabalho. Assim então começamos na Páscoa de 2006, com 6 irmãos na primeira reunião, eu e Priscila, André Scultori ( hoje missionário em Timor Leste) e sua irmã Ana Paula Scultori, também Amanda hoje em Londrina e Marcos Montanheri, remanescente ainda em nosso meio, se preparando para casar.

Era um tempo gostoso, as reuniões eram mais como uma grande célula que um culto eclesiástico, mas assim começamos, logo crescemos de 4 para 8, então para 20 e assim uns 30 nos forçando à irmos para uma sala maior da igreja. Com as pessoas vieram os problemas também, cometemos vários erros, um deles foi confiar em pessoas desapontadas com antigos pastores, minha esperança era encontrar nelas uma nova história, mas a realidade é que da mesma forma que elas vêm assim vão. Não posso deixar de reconhecer certo acrescentamento no ministério da parte delas. Elas nos ajudaram à começar.

Pude sentir na pele também a triste realidade chamada por um pastor amigo de ” Igreja-Aeroporto “, os Brasileiros vêm, e partem para outros estados procurando melhores opções de trabalho e finanças, muitos também se cansam por enfrentarem uma realidade irregular com a imigração do País, se cançam e retornam ao Brasil, os que realmente ficam são os que se legalizam, todas igrejas imigrantes na América enfrentam o mesmo desafio, sem exeção!

Neste tempo foi desafiante confortar Brasileiros que atravessaram a fronteira, e para tráz deixaram filhos, esposas, maridos, alguns perderam pessoas amadas na travessia, foram muitas as histórias que ouvi, isso sim me fez dar mais valor em família e nos valores reais da vida. A América é uma ilusão triste para mais de 80% dos Brasileiros, trabalham muito, pouco se consegue reter, os anos se vão e os laços com entes queridos no Brasil se dissolvem mais e mais, já não se lembram de rostos, da altura, da voz, dos lugares, dos momentos e da simplicidade, tudo em troca de “Money”, pois “Time is Money”, na terra do Tio Sam, liberdade da mente, coração e física, somente para residentes.

É constante o medo de ser pego pela polícia e então acarretar em um contato com a imigração, o medo de ser deportado, o medo de perder o direito de estar aqui, de ir e vir, de “viver” América. Conheço uma igreja que teve que fechar suas portas quando sua cidade enrigeceu as leis contrárias à imigrantes. Aqui se ouve as seguintes frases constantemente:

-” Estou voltando ao Brasil”

-” Não volto mais ao Brasil”

As igrejas aqui sofrem com esta realidade, a igreja perde parte de sua identidade, são poucos os que se predispõem em auxiliar nos cultos ou em ministérios, geralmente o mesmo pequeno grupo é o que faz tudo sempre, o resto está muito ocupado trabalhando, curtindo suas crises de imigrante, ou cansados demais para trabalhar para o Senhor. As prioridades constantemente são trocadas, em primeiro vêm trabalho, dinheiro, estudo, descanso, ego, depois se sobrar espaço então Deus e sua igreja. E assim caminha a humanidade…..

Em meio à tantos desafios nestes 3 anos, colhemos muitos frutos, mais de 300 pessoas cadastradas passram por nosso ministério, batizamos 13 pessoas, muitos vieram ao Senhor pela primeira vez, foram libertos de àalcolismo, drogas, prostituição e opressão. Vários passara por aqui, colheram frutos e partiram para dar frutos. Em todos estes anos de desafios, dificuldades, o Mega Vida venceu e fez vencedores, no dia 27 de Maio em nossa comemoração de 3 anos, um grande amigo veio nos ministrar, Arthur Netto, estudou comigo no Christ for the Nations em 2001 e hoje está servindo no Rhema em Tulsa,OK.

Gostaria de dar honra à alguns que se mantiveram firmes conosco, sempre constantes e presentes, choraram comigo, se aborreceram comigo, viram que sou normal, sendo ainda assim próximos até hoje:

- Minha fiel Esposa Priscila

- Marcos Montanheri

- Simone Nunes

-AJ e Tirza Aquino

-Rogério e Mirela Melo

- Samantha Santos

Creio que muitos virão, agora temos o desafio de implantar o Mega Vida em Campinas,SP. Deus é Fiel!!


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